segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Preconceito pra quê?


Vou comprar uma roupa de marca

Pra tirar onda com a galera.

De etiqueta sou igual aos caras.

Até esquecem que sou da favela.


Meu adidas comprei dos amigos

Que pegou de um playboy viciado.

Meu cabelo já ta bem lisinho.

O meu creme é bom, é importado.


A galera lá do condomínios

Só me chamam de negão invocado.

Se perguntam a onde eu moro.

Digo que moro logo ali ao lado.


Se encontro alguém da favela.

Não conheço, não sei nunca vi.

Até brinco com a desgraça alheia.

Coitadinho desse infeliz



O pior é que nunca percebo .

Que só sirvo pra fazer favor.

A patricinha que hoje me beija .

Amanhã será só minha amiga e o playboy será o seu amor.



Sei que o meu preconceito me cega.

Essa vergonha de ser negro e favelado .

Me impede de entender

Que não se mede o carater de uma pessoa pelo tom da pele dela.

E que nem sempre amizade do asfalto

Vai ser verdadeira como a da favela.

















o

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