segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Saudades


Que saudades meu velho bombeiro!

Mesmo sabendo que você tá em paz.

Esse tempo sem sua presença.

É grande a falta que Você faz!


Mesmo brigando era sábio.

Você sempre fez a diferença.

Cada gesto seu por mim era imitado.

Quem me dera ter tua inteligência.


Quando criança nem sempre pensava em carrinhos.

Sonhava ser como você ter uma caixa de ferramentas.

A cada obra que eu te acompanhava.

Pra mim servia como experiência.


A cada dia estamos mais parecidos

Não sou o pai como você foi meu pai.

Mas gostaria que meu filho fosse o filho

Que como eu honrou seu pai.


A cada minuto de minha vida

Vou lutar para vencer por você.

Pois você lutou a vida inteira .

E partiu sem me ver vencer.


Minhas irmãs hoje são minha família

É quem eu posso contar

Nossas lembranças da sua fibra.

É o que da força pra continuar.


Tenho certeza de uma coisa !

De onde estiver vai ser merecedor.

De ouvir, que apesar de todo o sacrifício e luta .

Cada um dos seus três filhos.

Se tornou vencedor



Preconceito pra quê?


Vou comprar uma roupa de marca

Pra tirar onda com a galera.

De etiqueta sou igual aos caras.

Até esquecem que sou da favela.


Meu adidas comprei dos amigos

Que pegou de um playboy viciado.

Meu cabelo já ta bem lisinho.

O meu creme é bom, é importado.


A galera lá do condomínios

Só me chamam de negão invocado.

Se perguntam a onde eu moro.

Digo que moro logo ali ao lado.


Se encontro alguém da favela.

Não conheço, não sei nunca vi.

Até brinco com a desgraça alheia.

Coitadinho desse infeliz



O pior é que nunca percebo .

Que só sirvo pra fazer favor.

A patricinha que hoje me beija .

Amanhã será só minha amiga e o playboy será o seu amor.



Sei que o meu preconceito me cega.

Essa vergonha de ser negro e favelado .

Me impede de entender

Que não se mede o carater de uma pessoa pelo tom da pele dela.

E que nem sempre amizade do asfalto

Vai ser verdadeira como a da favela.

















o

Sempre o amor


hoje vi uma coisa interessante.
Da minha janela pude observar.
Vi duas rolinhas sentadas lado a lado.
Como se estivessem a namorar.

Vi uma roseira cheia de espinhos.
Pelo menos uma rosa eu queria achar.
Quase desistido olhei bem acima.
Achei uma rosa que parecia me observar.

Senti um aperto , uma coisa estranha
Como se algo fosse me sufocar.
Percebi que era a solidão que me seguia.
Pois queria me dominar.

A solidão as vezes me enganava.
Fingindo ser minha companheira.
Mas no fundo sabia que ela era falsa.
E muitas vezes até traiçoeira.

Meu coração com as suas batidas dizia:
Nunca pare de sonhar,pois se você tiver fé na vida.
A solidão nunca vai te encontrar.

E assim como a luz do sol pode te queimar.
Ela também te ilumina .
O amor verdadeiro te acha
Mesmo que uma cidade distante for sua sina.

O sentimento é como uma fusão de almas.
Ninguém pode separar.
Por mais tempo que passa.
Ele adormece mas nunca acabará.